Etimologia
No século V, durante o reinado dos Suevos, Idácio de Chaves já escrevia sobre um local chamado Portucale, para onde fugiu Requiário: Rechiarius ad locum qui Portucale appellatur, profugus regi Theudorico captivus adducitur: quo in custodiam redacto, caeteris qui de priore certamine superfuerant, tradentibus se Suevis, aliquantis nihilominus interfectis, regnum destructum et finitum est Suevorum (Requiário fugitivo ao lugar ao qual chamam Portucale, foi levado como prisioneiro ao rei Teodorico. Foi posto sob custódia, enquanto o resto dos suevos sobreviventes à anterior batalha se renderam – apesar de alguns terem morrido –; desta maneira o reino dos Suevos foi destruído e acabado). Cale, a actual Vila Nova de Gaia, já era conhecida por Portucale no tempo dos Godos.
Num diploma de 841, surge por incidente, a primeira menção da província portugalense. Afonso II das Astúrias, ampliando a jurisdição espiritual do Bispo de Lugo, diz: Totius galleciae, seu Portugalensi Provintiae summun suscipiat Praesulatum (Que ele tome o governo supremo de toda a província da Galiza e de Portugal). Mas há quem afirme que Portugal deriva de Portogatelo, nome dado por um chefe oriundo do Egipto chamado Catelo, ao desembarcar e se estabelecer junto do actual Porto.
A primeira vez que o nome de Portugal aparece como elemento de raiz heráldica, é numa carta de doação da Igreja de São Bartolomeu de Campelo por D. Afonso Henriques em 1129.
Etimologia
Bandeira
Após a instauração do regime republicano, um decreto da Assembleia Nacional constituinte datado de 19 de Junho de 1911, publicado no Diário do Governo nº 141 do mesmo ano, aprovou a Bandeira Nacional que substituiu a Bandeira da Monarquia Constitucional. Este decreto teve a sua regulamentação adequada, publicada no diário do Governo n.º 150 (decreto de 30 de Junho).
A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro.
O comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior.
A escolha das cores e da composição da Bandeira não foi pacífica, tendo dado origem a acesas polémicas e à apresentação de várias propostas. Prevaleceu a explicação constante do Relatório apresentado pela Comissão então nomeada pelo governo a qual, num parecer nem sempre heraldicamente correcto, tentou expressar de uma forma eminentemente patriótica este Símbolo Nacional.
Assim, no entender da Comissão, o branco representa "uma bela cor fraternal, em que todas as outras se fundem, cor de singeleza, de harmonia e de paz " e sob ela, "salpicada pelas quinas (...) se ferem as primeiras rijas batalhas pela lusa nacionalidade (...). Depois é a mesma cor branca que, avivada de entusiasmo e de fé pela cruz vermelha de Cristo, assinala o ciclo épico das nossas descobertas marítimas".
O vermelho, defendeu a Comissão, "nela deve figurar como uma das cores fundamentais por ser a cor combativa, quente, viril, por excelência. É a cor da conquista e do riso. Uma cor cantante, ardente, alegre (...). Lembra o sangue e incita à vitória".
Em relação ao verde, cor da esperança, dificilmente a Comissão conseguiu justificar a sua inclusão na Bandeira. Na verdade, trata-se de uma cor que não tinha tradição histórica, tendo sido rebuscada uma explicação para ela na preparação e consagração da Revolta de 31 de Janeiro de 1891, a partir da qual o verde terá surgido no "momento decisivo em que, sob a inflamada reverberação da bandeira revolucionária, o povo português fez chispar o relâmpago redentor da alvorada".
Uma vez definidas as cores, a Comissão preocupou-se em determinar quais os emblemas mais representativos da Nação para figurarem na Bandeira.
Relativamente à esfera armilar, que já fora adoptada como emblema pessoal de D. Manuel I, estando desde então sempre presente na emblemática nacional, ela consagra "a epopeia marítima portuguesa (...) feito culminante, essencial da nossa vida colectiva".
Por sua vez, sobre a esfera armilar entendeu a Comissão fazer assentar o escudo branco com as quinas, perpetuando e consagrando assim "o milagre humano da positiva bravura, tenacidade, diplomacia e audácia que conseguiu atar os primeiros elos da afirmação social e política da lusa nacionalidade".
Finalmente, achou a Comissão "dever rodear o escudo branco das quinas por uma larga faixa carmesim, com sete castelos", considerando estes um dos símbolos "mais enérgicos da integridade e independência nacional".
Autores da Bandeira Republicana
Columbano, João Chagas e Abel Botelho.
Evolução da Bandeira Nacional
• D. Sancho I (1185-1211)
• D. Afonso II (1211-1223)
• D. Sancho II (1223-1248)
• D. Afonso III (1248-1279)
• D. Dinis (1279-1325)
• D. Afonso IV (1325-1357)
• D. Pedro (1357-1367)
• D. Fernando (1367-1383)
• D. João I (1385-1432)
• D. Duarte (1433-1438)
• D. Afonso V (1438-1481)
• D. João II (1481-1495)
• D. Manuel I (1495-1521)
• D. João III (1521-1557)
• D. Sebastião (1557-1578)
• D. Henrique (1578-1580)
• Filipe I, Filipe II e Filipe III (1580-1640)
• D. João IV (1640-1656)
• D. Afonso VI (1656-1683)
• D. Pedro II (1683-1706)
• D. João V (1706-1750)
• D. José (1750-1777)
• D. Maria I (1777-1816)
• D. Pedro IV (1826)
• Regências (1826-1828)
• D. Miguel I (1828-1834)
• D. João VI (1816-1826)
• D. Maria II (1834-1853)
• Regência (1853-1855)
• D. Pedro V (1855-1861)
• D. Luís (1861-1889)
• D. Carlos (1889-1908)
• D. Manuel II (1908-1910)
• Regime Republicano (desde 1910)
A Bandeira Nacional é bipartida verticalmente em duas cores fundamentais, verde escuro e escarlate, ficando o verde do lado da haste. Ao centro, e sobreposto à união das cores, tem o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentado sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo e avivada de negro. O comprimento da bandeira é de vez e meia a altura da tralha. A divisória entre as duas cores fundamentais deve ser feita de modo que fiquem dois quintos do comprimento total ocupados pelo verde e os três quintos restantes pelo vermelho. O emblema central ocupa metade da altura da tralha, ficando equidistante das orlas superior e inferior.
Formação Histórica
1ª DINASTIA (1143-1383)
1143 - Fundação de Portugal por D. Afonso Henriques - Conferência de Zamora
1249 - Fim da Reconquista Cristã em Portugal
1297 - Fixação das fronteiras - Tratado de Alcanizes
1348 - Peste Negra
2ª DINASTIA (1385-1580)
1385 - Batalha de Aljubarrota
1386 - Aliança com a Inglaterra - resultando depois o Tratado de Windsor
1411 - Tratado de paz com Castela
1415 - Conquista de Ceuta. Início da Expansão e das Descobertas
1419 - Descoberta da Ilha da Madeira
1427 - Descoberta do Arquipélago dos Açores
1456 - Descoberta de Cabo Verde e da Guiné
1471 - Descoberta de S. Tomé e Príncipe
1500 -(Re)descoberta do Brasil
3ª DINASTIA (1581-1640)
1581-1640- União Ibérica sob Filipe I, Filipe II, Filipe III
1640 - Restauração da Independência
4ª DINASTIA (1640-1910)
1677 - Leis "Pragmáticas": início da industrialização do país (D. Pedro II)
1697 - Descoberta de ouro no Brasil
1703 - Tratado de Methuen com a Inglaterra (bloco Industrialização)
1727/29 - Introdução de café no Brasil / Descoberta de diamantes no Brasil
1755 -2ª fase da industrialização do país por Marquês de Pombal / Terramoto em Lisboa
1807-10 - Invasões Francesas. Partida da família real para o Brasil
1820 - Início da Revolução Liberal
1822 - Independência do Brasil
1828 - 34/35 - Guerra Civil / Introdução da máquina a vapor
1885 - Conferência de Berlim - Partilha de África pela Europa
1890 - "Ultimatum" inglês (cedência à Inglaterra do território situado entre Angola e Moçambique)
1908 - Assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe
1910 - IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA
1914 -18 - Participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial
1926 - Ditadura militar
1933 - Estado Novo
1949 - Adesão à OTAN
1955 - Admissão na ONU
1961 - Início da guerra colonial (Angola, Moçambique, Guiné Bissau)
1962 - Perda da feitoria de Goa
1974 - "25 de Abril" (Revolução dos Cravos") - Início da II República
1975 - Independência das colónias (Angola, Moçambique e Guiné Bissau)
1976 - Constituição democrática
1986 - Adesão à CEE/UE
1999 - Macau passa para a soberania da China.
Poderá talvez dizer-se que a História de Portugal começa pelos fins do século XI, altura em que a Galiza (reino, que tal como os de Oviedo, Navarra e Castela, se formou com a reacção cristã dos visigodos contra os muçulmanos) se encontrava dividida em diversos condados, entre os quais o Condado Portucalense, cujo nome lhe vinha da sua principal povoação "Portucale" e que ficava próximo da foz do rio Douro, mais ou menos onde é hoje a cidade do Porto.
No ano de 1095 o Conde D. Henrique, vindo de Borgonha para ajudar a combater os muçulmanos que então ocupavam grande parte da Península, recebeu, de Afonso VI de Leão e Castela, como recompensa pelos seus feitos de armas, o Condado Portucalense.
O filho do borgonhês, D. Afonso Henriques (Conquistador), proclamado rei em 1143, lançou-se à conquista de novos territórios, quer em luta contra os reinos cristãos vizinhos, quer contra os potentados mouros. Esta luta, conduzida sucessivamente pelos monarcas D. Sancho I (Povoador), D. Afonso II (Gordo), D. Sancho II (Capelo) e D. Afonso III (Bolonhês), durou até 1249, ano em que teve lugar a conquista do Algarve. Uma vez completo o território continental, Portugal entra numa época de organização interna, nos reinados de D. Dinis (Lavrador), D. Afonso IV (Bravo), D. Pedro I (Justiceiro) e D. Fernando I (Formoso).
Entretanto subia ao trono de Portugal, D. João I (De Boa Memória), pai do Infante D. Henrique, homem ímpar, que assente, em grande medida, no esforço de planeamento e em determinação, impulsionou a fase decisiva do movimento expansionista. A D. João I sucederam no trono de Portugal os monarcas, D. Duarte (Eloquente), D. Afonso V (Africano), D. João II (Príncipe Perfeito), e D. Manuel I (Venturoso) que reinou no século XV, época em que Portugal alcançou o máximo de poderio, com o qual apenas a Espanha rivalizava: um vasto império no Oriente, o domínio de entrepostos e rotas que faziam de Lisboa um grande império comercial. Iniciava-se então neste século, a expansão ultramarina dos portugueses, que viriam a realizar mais ou menos metodicamente viagens de reconhecimento e comércio em África, na Ásia e na América.
Assim, os portugueses descobriram os arquipélagos dos Açores, da Madeira e de Cabo Verde; exploraram a costa atlântica de África, integrando-se no continente até chegarem à foz do Congo; e dobraram o Cabo das Tormentas em 1485 (a que então passaram a chamar Cabo da Boa Esperança). Em Julho de 1497, Vasco da Gama saiu de Lisboa e chegou a Calecute em 1498; estava, enfim, descoberto o caminho marítimo para a Índia. Em Março de 1500, partiu de Lisboa, em busca de terras (Brasil) de que já havia notícia em Portugal, uma armada, comandada por Pedro Álvares Cabral, que, entre outros marinheiros notáveis, levava Bartolomeu Dias. Os portugueses foram os primeiros europeus a contactar com vários povos do Extremo Oriente, e foi mesmo um português (Fernão de Magalhães, em 1519-21) a realizar a primeira viagem de circum-navegação do globo.
Com D. João III (Piedoso), inicia-se um período de decadência que culminará com a perda da independência a favor de Espanha, em 1580, após o desaire militar das tropas de D. Sebastião (Desejado) na praça norte-africana de Alcácer Quibir, e que resultou na sua morte, em 1578. A este monarca sucedeu então, o Cardeal D. Henrique (Casto), que viria a falecer alguns anos depois. Desta forma, Portugal vê-se submetido ao domínio espanhol durante sessenta anos (correspondentes aos reinados de Filipe I (Prudente), Filipe II (Pio) e Filipe III (Grande) , até que, em 1640, é restaurada a soberania nacional com a aclamação de D. João IV (Restaurador). Sucedem-se no trono vários monarcas: D. Afonso VI (Vitorioso), D. Pedro II (Pacífico), D. João V (Magnânimo), D. José I (Reformador), D. Maria I (Piedosa), D. João VI (Clemente). Neste último reinado, em 1822, o Brasil proclama a sua independência, aclamando, no entanto, seu imperador o príncipe herdeiro de Portugal, D. Pedro (Liberalista). Passa Portugal por vicissitudes, pois a guerra civil (as chamadas Guerras Liberais) assola o país. É aclamado rei, D. Miguel I (Absolutista), depois D. Pedro (Liberalista), sob o título de D. Pedro IV; e mais tarde D. Maria II (Educadora), conseguindo-se estabilidade apenas em meados do século XIX. Sucedem-se-lhe D. Pedro V (Esperançoso), D. Luís (Popular), D. Carlos (Martirizado) e D. Manuel II (Patriota).
Em 1910 é proclamada a República, que irá viver um período agitado por dificuldades económicas, instabilidade política crónica e a penosa participação na Primeira Guerra Mundial de um contingente português.
Em 1926, porém, um golpe militar impõe ao país uma ditadura que, em breve consolidada por António de Oliveira Salazar, viria a durar quarenta e oito anos.
Na sequência da revolução de 25 de Abril de 1974 implanta-se um regime democrático que restabelece os direitos fundamentais dos cidadãos e de imediato dá por terminada a Guerra Colonial, que se arrastava desde 1961, ao conceder a independência às então colónias de Angola, de Moçambique, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de S. Tomé e Príncipe - novos países que, como aliás sucedera com o Brasil, adoptaram o português como língua oficial.
Com a consolidação do regime democrático, Portugal vem tentando enveredar pelo caminho do progresso, para recuperar do atraso que, desde pelo menos o declínio do império ultramarino no século XIX e agravado por décadas de ditadura pouco esclarecida, o tem mantido afastado do grupo dos países mais desenvolvidos.
Nesta perspectiva, a adesão, em 1986, à Comunidade Económica Europeia, hoje União Europeia, representou uma nova etapa no posicionamento de Portugal no Mundo.
Hino Nacional
Em sequência do "Ultimatum" Inglês de 1890, foi composta A Portuguesa que serviu de mote à primeira tentativa de pôr termo à Monarquia de Portugal, na revolta do Porto, de 31 de Janeiro de 1891.
Com o fracasso do advento, A Portuguesa foi proibida até 1911, altura em que foi escolhida como Hino Nacional pela Assembleia Nacional Constituinte.
Dada a existência de várias versões d' A Portuguesa, em 1956 foi nomeada uma comissão encarregada de apresentar a versão oficial do Hino Nacional que foi aprovada a 16 de Julho de 1957, em Conselho de Ministros.
Hino Nacional
A Portuguesa
Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!
Música: Alfredo Keil
Letra: Henrique Lopes de Mendonça
Geografia
O território nacional tem uma superfície de 88 797,365 Km2 incluindo os arquipélagos dos Açores (2 329,6 Km2 ) e da Madeira (778,9 Km2 ). O território continental tem uma extensão máxima, em comprimento, de 561 Km e de 218 Km, em largura. O Cabo da Roca, na encosta oeste, é ponto mais ocidental de Portugal Continental. (dados do Instituto Nacional de Estatísticas)
O País é dotado de relativa homogeneidade, podendo-se, contudo, observar alguma variação regional de acordo com a constituição geológica do terreno, as formas de relevo e as características climáticas, acompanhadas por uma variação cultural, etnográfica e dialectal. Assim, o território continental é tradicionalmente dividido nas regiões Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira Interior, Estremadura e Ribatejo, Lisboa e Setúbal, Alentejo, Algarve. Os Açores e a Madeira constituem regiões autónomas.
O prolongamento das formações montanhosas da península Ibérica, distinguem-se, na sua fisionomia, por dois tipos de relevo, a Sul e a Norte do rio Tejo. A Norte, o relevo é mais acidentado, sendo o terreno escarpado, cortado por vales profundos. A erosão decorrente de fenómenos atmosféricos esculpiu as elevações de terreno. Entre os rios Minho e Douro, estende-se uma cadeia montanhosa (Galaico-duriense) que se ramifica até à linha da costa, deixando uma estreita faixa ribeirinha. Entre o Douro e o Tejo elevam-se os picos mais elevados, a serra do Marão e a serra da Estrela. A Sul do rio Tejo, aparecem as terras mais uniformes, de escasso relevo (serra Algarvia) e pantanosas (vale do Tejo e do Sado).
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